A importância da alimentação para a saúde bucal das crianças
- Priscila Cabrera
- 29 de jul. de 2016
- 3 min de leitura

A cárie dentária é uma doença multifatorial, infecciosa, transmissível e sacarose dependente, ou seja, que depende da ingestão de algum tipo de açúcar para acontecer. Ela está intimamente ligada à introdução dos carboidratos refinados na dieta, principalmente a sacarose, que é considerada o dissacarídeo que mais causa cáries, sendo este o mais presente na dieta familiar em quase todo o mundo. Um dos fatores que contribuem para a não formação de cárie é a água fluoretada, que reduz em até 50% o risco do problema. Segundo o Ministério da Saúde, o índice de crianças com cáries até os 12 anos de idade diminuiu para 2% de 2003 a 2010. Mesmo assim, ainda é um dos principais motivos da procura pelos dentistas. O que aumenta o risco da cárie não é a quantidade total de açúcar nos alimentos consumidos, mas sim o padrão de alimentação, ou seja, a frequência da ingestão desses produtos. As crianças, se estimuladas a terem uma boa alimentação e uma higiene bucal correta, se tornam adultos mais saudáveis e sem cáries. Para a dentista Denise Caumo, especialista em ortodontia e ortopedia facial e proprietária da Clínica Supridente, os problemas mais comuns que levam adultos a procurarem um dentista podem ser evitados na infância, se a criança for estimulada a comer corretamente. “A frequência de carboidratos ingeridos é o que levará aquela criança a desenvolver cárie e outros problemas dentários. Sempre que tiver açúcar para as bactérias, haverá formação de ácido, dando inicio a todo o processo de desenvolvimento da cárie”, explica. Os alimentos cariogênicos, ou seja, que estimulam o desenvolvimento de cárie dentária, são os ricos em carboidratos fermentáveis, também chamados de açúcares livres, como o pão branco, bolos, bolachas e doces. Além disso, esses alimentos não são bons para a nutrição das crianças e competem com alimentos mais nutritivos. Por outro lado, existem alimentos não cariogênicos, que quando ingeridos não são metabolizados pelos microrganismos da placa presente nos dentes. Estes alimentos não contribuem para a formação da cárie, como é o caso das carnes, peixes, ovos, legumes e frutas frescas. Além disso, alimentos naturais como frutas, grãos e vegetais possuem ainda fatores protetores que atuam na prevenção da cárie e são conhecidos como agentes anticariogênicos. “Os alimentos resistentes à mastigação como os fibrosos, por exemplo, tem uma ação mecânica durante a mastigação, que realiza de forma natural o controle da placa”, ensina Denise. Para a dentista, a educação alimentar e em saúde bucal nas crianças em idade pré-escolar, é a melhor forma de tornar essas crianças adultos livres de cáries. “A criança em idade pré-escolar está aprendendo conceitos e princípios que vão fazer parte da sua formação. É importante a atenção dos pais e dos professores neste processo”, ressalta. Confira alguns alimentos considerados não cariogênicos: Maçã Esta fruta contém vitamina A, elemento que participa na formação dos ossos. Por ser consumida com a casca, ela também é capaz de remover resíduos, além de aumentar o pH da saliva, diminuindo a acidez. Queijo É um grande aliado da saúde bucal, pois equilibra o pH da saliva, tem baixo índice de açúcar e é fonte de cálcio. Além disso, é rico em fósforo, vitaminas e gorduras, sem contar a caseína, proteína responsável pela formação de um complexo de fosfato de cálcio que protege o dente da cárie. Laranja Frutas cítricas, como a laranja, tendem a ter o pH mais baixo, sendo assim, mais ácidas. A vitamina C também faz parte da formação dos ossos, então, esses alimentos têm a capacidade de tornar os dentes mais fortes. Nozes Alimentos duros, secos e fibrosos possuem uma ação protetora para a cárie. Ovos Eles contêm fósforo e vitamina B6 em sua composição, que ajudam na fortificação dos dentes e integridade da gengiva, respectivamente. A principal diferença é a presença da vitamina A nas gemas, que também contribui para a fortificação dentária. Carnes Fontes de fósforo, essenciais no processo de remineralização e equilíbrio do pH, além de conter vitamina B6 que ajuda a manter a integridade da gengiva. Elas são indicadas por t
erem baixo índice de açúcar e amido, que aliado à sua consistência mais dura, acaba por ser mais um elemento protetivo.
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